sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Pensamento....

Por vezes é no momento de mais profunda dor, que nos damos conta que damos ou demos demasiado importância às coisas que de importante nada têm ou tinham.
Esta noite fez-me pensar nisso, no fundo o facto de estar a passar pela fase mais importante da minha vida, fez-me refletir que dou demasiada importância às coisas que me rodeiam, ao que as pessoas dizem ou pensam, ao que tenho ou deixo de ter... consciencializei-me que o mais importante é o que eu desejo, o que eu anseio da vida, deixar de pensar nos outros e olhar para mim. Olhar para mim como um ser individual, único, que sabe o que quer, que pensa, sente e age em conformidade com o seu interior.
Diz-se que o amor é mágico e só ele pode fazer-nos mudar... e isso é verdade. Amar-nos a nos mesmos é o mais importante para a nossa evolução e trás-nos sem duvida alguma a tão ansiada mudança.
Por vezes isso também doí e essa dor deve ser chorada, porque torna tudo muito mais claro, e o que era medo torna-se força, o que era passividade virou coerência e positividade.
Há que esquecer o passado, pois esse já passou e não o podemos mudar, olhar o futuro como um desconhecido pois não sabemos o que nos espera, e viver o presente como uma dádiva divina, como algo em que podemos fazer, mudar para melhor, e viver o melhor que pudermos. Deixar de pensar: "Ai e amanhã, se escolho isto agora, depois pode acontecer isto ou aquilo...." e se nunca escolhermos nada? Não acontecerá sempre alguma coisa? Nós nem sabemos se iremos viver o amanhã! Logo, é preciso viver o hoje como se fosse o último.
Neste momento só tenho certeza de uma coisa....daquilo que sinto e pretendo....o resto...virá por acréscimo (se Deus quiser), escolha eu bem ou mal (aos olhos dos outros), o importante é eu estar bem com a minha decisão, bem comigo mesma.
Quando se escolhe com o coração, tudo se torna mais claro...só quem nunca passou por isto é que me pode condenar. Mas a esses, apenas tenho a dizer que não me arrependo de ter amado, e amaria de novo, do mesmo jeito, mas há tempo e limites para tudo. Acredito que sem amor não somos nada, apenas um pedaço de carne andante, que pode ser muito linda por fora mas é oca por dentro, mas agora estou consciente de que antes de amar o outro, devemos amar-nos a nos próprios, e é isso que vou fazer. 
A vocês apenas uma mensagem: "Não deixem ser os outros a comandar a vossa vida, tomem decisões mesmo que estas, não vão ao encontro do que os outros esperam de vós, porque a vida é nossa e devemos ser nós a comanda-la, senão um dia arrepender-se-ão, não do que fizeram, mas do que gostariam de ter feito e não fizeram por medo, e posso garantir que esta última doí muito mais (experiência própria).
Um até breve

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Tempo de Mudança

Por vezes é necessário uma reviravolta na nossa vida, para nos dar-mos conta que afinal estivemos sempre a evitar o inevitável. Talvez por medo, talvez por conformismo...
Na verdade é que desde há uns anos para cá, tenho andado a questionar a minha vida, a relação que tenho com os outros, a minha educação, o que realmente preciso.
Vivi toda a minha vida com restrições. Primeiro por parte da minha mãe, que me restringia de pensar, escolher por mim própria, de achar sempre que o que era melhor para mim era o que ela pensava, e não o que eu desejava. Assim vivi durante anos, tentando a cada dia alcançar o que mais desejava... a minha liberdade... liberdade para viver a minha vida, para pensar e agir em coerência comigo própria, a errar mas levantando a cabeça com a sensação de que com os erros estaria a crescer. Foi esta força de vontade de libertação, que me fez agir como agi na altura. Pensei que com o casamento, estaria a "desamarrar as cordas maternas" e que finalmente estaria livre, mas ... não... apenas adiei a minha libertação, fiquei de novo presa... mas contudo achei que com o passar dos anos iria ter, de certa forma, a minha liberdade. Liberdade para pensar, agir, fazer as coisas que tanto amo, mas neste casamento encontrei de novo a restrição, o medo, o controlo... e fui ficando... calada... amargurada, fazendo transparecer aos outros que estava tudo bem, que era feliz. No fundo fui feliz, porque me conformei à minha sorte, à vida que tinha, porque no fundo eu estava habituada a que tudo fosse desta forma e não de outra.
E fui adiando sonhos, projetos... fui-me anulando em prol de satisfazer a necessidade dos outros em vez de me satisfazer a mim mesma. Fui a esposa perfeita, a mulher que os outros cobiçavam, porque eu era passiva. e as pessoas olhavam para mim e viam essa mulher... que nunca dizia "não", "basta", porque mesmo não concordando eu dizia sempre que sim, porque evitava chatices, aborrecimentos... e não dava conta do quanto eu me fazia sofrer... do quão magoada eu estava, e fui ficando assim... triste, sem horizonte, sem amor próprio. Fui habituada a ser assim, desde muito pequena, a agradar aos outros... então e eu?? Porque tenho de agradar aos outros deixando de ser eu mesma??
Neste momento, cheguei ao meu limite, já não aguento mais... chegou a altura de dizer basta. e com tudo isto dei conta que no final de tudo, acabei "casada com a minha mãe", porque a minha vontade de fugir era tanta que acabei por me aprisionar ainda mais.
Neste momento estou a viver um "pequeno inferno", porque decidi dizer, "não", "basta" não consigo mais. As pessoas acham, contudo, que esta minha mudança de atitude é sinónimo de (tem outro), mas não tem nada a ver com isso, simplesmente era algo que eu tinha necessidade de fazer há muito tempo e só agora ganhei coragem. Porquê só agora?? Não sei. Porque chegou a hora, porque tinha de ser agora, não faço a mínima ideia.
Como me sinto?? Leve, porque disse o que pensava... triste, porque estou a magoar pessoas de quem gosto...mas no fundo Livre... livre desta minha vida de faz de conta.
Amei o meu marido? Sim. De uma maneira singular, pois o meu casamento foi por amor, não o amor da minha vida, mas um amor calmo, tranquilo, mas o facto de me ter aprisionado tanto fez com que esse amor acabasse, ficando apenas a amizade, o companheirismo... chegará para manter um casamento? Acho que não. Também é necessário mas não sei se chega para continuar.
Se venho aqui abrir o meu coração desta forma é porque necessito mesmo, de expressar aquilo que sinto, senão rebento.    
Normalmente tenho sempre um conselho a dar a quem lê este meu pequeno cantinho da escrita, hoje tenho apenas o meu desabafo...deixando no entanto uma mensagem: Nunca se anulem em prol de ninguém, pois mais cedo ou mais tarde isso irá magoar-vos muito mais. Não deixem os outros gerirem a vossa vida, mesmo que esse alguém seja muito próximo de vós...aceitem os conselhos mas sigam o vosso coração. eu deixei que os outros o fizessem e vejam agora a minha situação.
No entanto não sinto que é o fim, mas sim uma nova chance, um novo recomeço, um recomeço para o meu eu, e por mais que isso faça sofrer os outros tem de ser feito, senão não poderei viver comigo mesma.
Só o tempo poderá dizer como terminará e como começará esta nova fase da minha vida...mas uma coisa poderei garantir...nunca mais será como antes. Porque agora sou mais eu, e aquela mulher submissa decidiu deixar de o ser, as coisas vão mudar e vou aceitar as mudanças, sejam elas quais forem.

Até Breve